A LEI DO PHOTOSHOP


Por: Natacha Kötz, Estagiária de Jornalismo

Projeto de lei criado pelo deputado Wladimir Costa (PMDB-PA) poderá fazer com que toda imagem publicitária manipulada com photoshop traga um aviso de advertência no rodapé do anúncio.
Está sendo analisado pela Câmara dos Deputados um projeto de lei que obriga as propagandas publicitárias a comunicarem sobre alterações feitas em photoshop. O texto em análise poderá fazer com que toda imagem publicitária manipulada com o programa traga um aviso de advertência.

Pelo projeto do parlamentar, o anúncio traria a seguinte mensagem: Imagem retocada para alterar a aparência física da pessoa retratada.
O texto original da “lei do Photoshop” prevê multa de até 50 mil reais a quem descumpri-la. O objetivo é acabar com a idealização do corpo humano pela publicidade.
Em entrevista à Agência Câmara, o deputado afirma que em tempos de Photoshop, a manipulação de imagens faz com que a fotografia seja radicalmente diferente da realidade: “Manchas de pele são apagadas, rugas são cobertas, quilos a mais são extirpados”.
A professora de Fotografia Publicitária da Unisinos Márcia Molina acha o movimento interessante, mas não é a favor do projeto de lei. “A iniciativa de fazer com que a mulher não idealize o corpo perfeito é bacana, mas o projeto é meio inviável. Dentro da publicidade temos espaço para todo o tipo de propaganda. Temos uma liberdade para criar e fazerum tipo de arte que o jornalismo em si não permite”. Márcia conta que os anúncios pedem todo o tipo de corpo. “A Natura, por exemplo, mostra uma modelo mais natural e eu acho isso lindo. Mas tudo depende do tipo de mensagem que o anúncio quer passar”.
Uma proposta parecida foi apresentada em setembro de 2009 na França. Assim como o projeto de lei brasileiro, as agências publicitárias e editores de conteúdos franceses seriam obrigados a estampar no rodapé dos anúncios a mensagem: Esta imagem foi modificada digitalmente e pode não corresponder à realidade.
Por enquanto, aqui no Brasil, o projeto ainda deve passar pelas comissões parlamentares designadas para análise, como Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, de Defesa do Consumidor, e de Constituição e Justiça e de Cidadania. A nova lei só vai ser votada no plenário caso haja divergência entre as comissões ou recurso.

0 comentários:

Postar um comentário